Toda marca pode usar storytelling?, por Martha Terenzzo
Por trás de grandes marcas e produtos sempre há histórias fabulosas. É o que chamamos de Storytelling, termo em inglês que significa “o ato de contar uma história”. Assim, essa narrativa é o que torna uma marca inesquecível. No setor de foodeservice, técnicas como essa são indispensáveis.
Então, para discutir esse tema, convidamos Martha Terenzzo, professora da ESPM e fundadora da Inova360o, empresa de solução de problemas. Confira o artigo da especialista para o blog da Galunion!
Toda marca pode contar e usar Storytelling?, por Martha Terenzzo
Imagine que há mais de 50 mil anos atrás nossos ancestrais estavam no interior do Piauí, na atual Serra da Capivara. Estavam lá, ao redor de uma fogueira. O que estariam fazendo?
Momento épico da nossa história, a fogueira transformou nossa espécie.
O dia em que sentamos ao redor da primeira fogueira foi para cozinhar algo que queríamos comer e conservar os alimentos para o rígido inverno que estava por vir.
Mas, diante do calor dessa fogueira, a tribo confrontou-se com um dilema: deveria narrar os acontecimentos marcantes de seus membros com o risco de perder parte da história? Ou seria melhor registrar aquilo que poderia um dia acontecer?
Naquela época, a questão entre ‘histórias vividas ou imaginadas’ seria fundamental para definir a identidade dos aldeões, além de determinar seus rumos futuros.
Contar histórias está no nosso DNA. Chegamos aqui por causa das histórias. Não se trata apenas de histórico de fatos, mas sim de narrativas que geraram aprendizados aos nosso ancestrais. Dividiram tribos. Preveniram crianças de ataques. Nos fizeram chegar em novas terras e permanecer nas primeiras comunidades. Hoje somos cidades, estados e países.
No entanto, storytelling para comunicar produtos, serviços e marcas é uma atividade bem mais recente. Será mesmo que toda marca pode contar histórias para seus clientes e consumidores?
Storytelling para marcas
Percepção é a palavra-chave para os novos desafios das marcas em qualquer setor de atuação. E se tudo parece igual num mercado de tantas opções, o que sua marca representa na mente do seu cliente ou consumidor final?
O poder da percepção é tal que ela só existe em nossas mentes, pois associamos as mesmas a símbolos. Você oferece produtos, serviços, preço, distribuição e comunicação, mas o que resta ao final é o posicionamento que essa marca possui nas mentes desses clientes. Não se trata mais de consumo de objetos e serviços, mas de consumir símbolos e significados.
Mas por que essa simbologia é tão significativa? Porque nossa percepção baseia-se no conjunto de significados associados. Assim, a marca é um resumo de tudo em nossa mente. E nós filtramos o que tem relevância e significado ou não em nossas vidas.
Portanto, se a marca é um agrupamento de significados, é preciso entender como é percebida na perspectiva das pessoas que o consomem, e não apenas pelos profissionais de marketing da empresa. Aqui temos seus atributos, benefícios e valores associados a cada ponto de contato, a cada experiência vivida. Cada ponto de contato pode e deve ter uma parte de sua história. Cada ponto de contato pode ser uma conexão genuína capaz de inspirar diálogos entre cliente e marca.
Uma boa história, desde que verdadeira, autêntica e genuína, não pode ser copiada por ninguém. Ela simplesmente existe e cria novas possibilidades de relacionamento com o consumidor. A questão é como estabelecer esses laços. Como começar?
Antes de mais nada, priorize pelos seus objetivos. A sua história deve ter contexto com sua marca e serviço para transformar comportamento de pessoas.
Pergunte-se e reflita:
1) Que histórias você pode contar sobre suas marcas e serviços ofertados?
2) O que pretende transformar com essa história? Melhorar seu relacionamento com clientes? Contar algo importante que nunca foi dito? Reestabelecer um contato e diálogo? Pense sobre as possibilidades de gerar conversas e um melhor relacionamento.
3) Quem será sua audiência e onde ela poderá ver sua narrativa? Conteúdos digitais podem ser enviados para seus clientes através de CRM, eventos, redes sociais entre outros formatos.
4) Como você pode entregar algo de valor para seu cliente com essa história? Um aprendizado como nossos antepassados faziam? Um valor importante com conhecimento? O que eles podem aprender com sua marca?
5) É possível fazer seus consumidores ou clientes se envolverem ou até fazer parte dessa narrativa? O Storytelling tem o poder de gerar emoções e pertencimento.
6) Conheça o que é mais importante nessas narrativas. É gerar conhecimento? Gerar entretenimento? Educar para novos formatos de consumo?
7) Cada empresa tem uma única forma de fazer Storytelling. O que a torna diferente do seu concorrente? Você pode mostrar o que tem de melhor através dessas narrativas.
8) Os ingredientes que você fábrica e/ou usa têm alguma história? Uma história de origem? Um local? Há algo no seu estabelecimento que possua uma história única?
9) Evite Storytelling com palavras e termos técnicos. Todos buscam simplicidade.
10) Storytelling é sobre pessoas. Para pessoas. Não é sobre a marca, mas sim as histórias por trás dessa marca. Assim você conecta a verdade humana presente nas verdadeiras histórias.
Inspirador o artigo da Martha Terenzzo! E você, como aplica essa ferramenta no seu negócio em foodservice, afinal? Conte para nós!