Coragem se Aprende!

São Paulo (SP), março de 2023 – ” Como mulher atuante no foodservice, especialmente neste mês em que comemoramos o Dia da Mulher, eu poderia falar sobre superação, mas a cada dia que passa eu me interesso mais pelos aspectos ligados à coragem e sua importância nos momentos chave de nossas vidas. E isso, para mim, é um dos fatores que marca a carreira de mulheres neste segmento.

Eu acredito que aprendemos a ter coragem a partir de nossas vivências, em especial com as pessoas bem próximas a nós, sempre através de suas atitudes. Creio que aprendi coragem com meus pais: minha mãe, que começou a trabalhar aos 14 anos como costureira, foi executiva, empreendedora e fez 4 faculdades. Meu pai aos 53 anos mudou para a Indonésia por amor, e lá viveu até os 80 anos.

Yuval Harari, autor de 21 lições para o século 21, propõe que devemos ensinar aos nossos filhos cada vez mais capacidade de colaboração, comunicação e criatividade, porém, me vem à cabeça que sem coragem é difícil executarmos de fato essas competências em sua plenitude.

Quantas vezes você teve coragem de se comunicar com clareza? De se permitir criar ideias diferentes? De pedir e oferecer colaboração?

Minha carreira no foodservice nasceu há 31 anos. E lá, nos meus 20 e poucos anos, precisei ter a coragem de pedir ajuda a muitos fornecedores e colegas para desenvolver, competitivamente, toda a cadeia de abastecimento e qualidade de uma rede internacional, que começava suas operações no Brasil. Ao longo de 7 anos, coragem para assumir a central de distribuição como própria, implantar o primeiro suco de laranja resfriado do mercado em fast-food e, quando o Arby’s resolveu deixar o país em outra atitude de coragem do masterfranqueado, desmontar a operação cumprindo todos os contratos.

Esforço, estudo, criação de oportunidades que pareciam não existir, olhar curioso constante marcaram tanto a minha carreira executiva, quanto a trajetória empreendedora que iniciei 14 anos atrás. Não foi simples sair de uma posição de Diretoria Geral, com 4.400 pessoas na equipe, e começar tudo do zero, entrando no site da prefeitura para emitir a minha nota fiscal, reaprendendo a mexer no Excel…, mas foi maravilhosamente compensador.

Aprendi, errei, mudei, acertei, e percebo a cada minuto que ainda tenho muito a desaprender, aprender e melhorar! Sinto-me íntegra no meu propósito de vida: gerar impacto positivo nas pessoas ao meu redor, ampliando para os profissionais e os negócios no mercado foodservice.

Hoje atuo na Galunion focada em gerar inovação, apresentar resultados novos. São pesquisas diversas, estudos de tendências, consultorias feitas sob medida e muita execução em nosso laboratório culinário, além do networking promovido em eventos nacionais e internacionais.

Sonho ainda em criar algo robusto para que possamos incentivar a liderança feminina no foodservice. Como acredito que coragem se aprende, principalmente pelo exemplo, fico instigada a pensar que este poderia ser um dos pilares do desenvolvimento das mulheres em nosso setor. É preciso aprender a ter coragem para tantas questões que muitas vezes ficam em passo lento, até um gatilho acontecer e a mulher precisar tomar atitudes – que podem ser encruzilhadas – e que mudam a história da sua vida e da sua carreira.

Como geraremos mais impacto positivo, somente a próxima coragem será capaz de nos guiar. Enquanto isso, continuamente cultivamos a gratidão! “